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terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

O drama de uma mulher da gravidez ao nascimento da filha com microcefalia.




Nas estatísticas, Mogi Guaçu, cidade que fica a 163 km de São Paulo, apresenta quatro casos de dengue para cada 100 mil habitantes. A cidade tem um pouco mais do que 100 mil habitantes. Foi nesse contexto, em um bairro periférico da cidade, que Adélia M. (nome fictício) engravidou. Era o começo de um drama que culminaria em mais um caso de microcefalia no país.

Janeiro de 2015: a gravidez e a demissão

Aos 19 anos, mãe de um menino de 5, Adélia ganhava a vida trabalhando em uma tradicional churrascaria da cidade, localizada na beira de uma rodovia. Após se envolver com um rapaz, a jovem engravidou.
Sem ter carteira assinada, Adélia perdeu o emprego assim que comunicou seu empregador sobre a gravidez.
Arranjar outro emprego estava fora de cogitação. A jovem se viu contando apenas com a ajuda da família, já que o pai da criança também a abandonou assim que soube da gravidez.

Maio de 2015: coceira insuportável

Aos quatro meses de gravidez, Adélia teve a única pequena complicação de saúde de toda a gestação. Do nada, sua perna começou a coçar de maneira quase insuportável. A estranha condição durou três dias. A jovem procurou um médico, pelo SUS, com medo de ter dengue. Sua mãe, sua avó e seu filho tiveram dengue em 2015, sem contar os vizinhos.
No pronto-socorro, o médico descartou a doença e receitou uma injeção de dipirona e Buscopan. Quando a coceira passou, a jovem ainda sentiu um pouco de dor nas pernas, mas por poucos dias.
Dali, até o dia do parto, tudo correu normalmente na gravidez. O ultrassom não detectou nenhum problema no bebê.

Outubro de 2015: cabeça pequena

No dia 30 de outubro, com 40 semanas e três dias de gravidez, Adélia deu à luz uma menina em uma cesárea realizada na única maternidade da cidade que atende pelo SUS. No dia, a mãe não percebeu muito bem, mas a equipe médica fez uma série de exames com a recém-nascida.
Somente no dia seguinte, o pediatra que se tornaria o médico da bebezinha deu a notícia:
"Mãe, sua filha nasceu com a cabeça pequena. Menor do que o comum" , disse.
Adélia desabou. Dali em diante, não conseguiu ouvir mais nada de tanto que chorava.
O médico, então, precisou chamar a irmã da jovem, tia da recém-nascida, para dar o diagnóstico: microcefalia.

Dezembro de 2015: viagens da "criança especial"

Finalmente, após dois meses, Adélia consegue marcar uma consulta para a filha no AME (Ambulatório Médico de Especialidades). Isso porque contou com a ajuda de funcionários do pequeno posto de saúde de seu bairro que, sensibilizados com a história, que já havia então ganhado as redes sociais, conseguiram agendar a consulta.
A mãe recebeu do médico a notícia de que a filha era uma "criança especial" e que iria demorar mais para conseguir fazer tudo o que um bebê saudável faz. Ouviu ainda que vários motivos podem ter levado a menina a ter microcefalia. E que não necessariamente foi o tal zika vírus.

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